e minha ansiedade resumida em uma mordida no lábio. não sei se digo sim ou não.
sim e não, curto e pesado. duro como um tiro
no meio do peito, que vaza como uma represa.
eu disse que não queria mais nada, ele disse que eu precisava de abraços. eu ri. para não chorar. situação desagradável, parece que uma cobra subiu pelas minhas costas e se adornou do meu peito, passando a pele gelada e nojenta na minha pele de angústia. e como se fosse um robô, meu cérebro entra em pane e desaprendo a hora certa de vestir os corretos sentimentos. fica tudo no automático. exemplo. hoje está frio e chove, vou vestir a camiseta da tristeza e a calça da melancolia. boto um cachecol amarelo para ficar mais alegre. lembrete: comer um pedaço de torta para produzir serotonina. tomar banho quente e escorrer todo o pensamento danoso pelo ralo, para ficar bem longe, no esgoto mais abaixo do meu piso de lágrima.
queria dizer muito, mas não vai.
não sai não sai não sai
sai água de dentro de mim
corpo líquido toma forma
e vira outro que no fim
já é a imagem oposta no espelho
infinito particular e excessivo.
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