E quando o que você ja fez e pensou não diz nada além de algo que você ja fez e pensou.
Você é tudo aquilo que tem para frente. Mais pessoas virão, mais olhares desconhecidos, centros de outras cidades, muito sol e chuva. Vez em quando neve e bruma. E outras partes seguem a cair por terra, como fotografias nostalgicas na estante do quarto ou naquela pasta escondida do computador.
Eu não quero saber.
Deveras dificil tentar reconhecer-se em imagens cuja veracidade é posta em prova ao entrar em contato com o presente. E aquilo que você pensou parece tão falsificado quanto o barulho de mar que se ouve ao colocar as duas mãos em concha no ouvido. Você é o que deseja agora ou o antes de tudo aquilo que viveu?
"Os dois!"
Mas a sua maior parte. De si. A inocência e a virgindade do mundo postas à prova. Você na mão de pessoas. E pessoas na sua mão. Amores de uma noite. Amigos de uma tarde.
A verdade.
Estas partes que caem durante a caminhada são a prova de que a vida segue um percurso do qual não temos tanto controle. E resta-nos olhar para tras, constatar a pele morta no piso e francamente esperar que a pele atual seja melhor do que a anterior.
O quebra-cabeças. Uma parte do mundo dentro de mim e meu ser aos quatro ventos.
O tempo. Algo que constato e ja passou.
*
Eu passei um semestre dentro de mim, a observar este continente estranho, esta paisagem nova e estas pessoas que na minha latina opinião são frias e distantes. E como a nuvem gorda e negra, chegou minha hora de chover. Eu voltei para o Minha Polaroide.
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