Sou um exemplo patético da modernidade liquida. Se encontrasse Bauman, ele colocaria a mão no meu rosto, como uma figura paterna, e me encararia com um olhar de reconforto e pena. Oh, pobrezinho, sintomático da própria geração. E assim me ponho escravo das minhas próprias reflexões, me inflijo danos como fazem os cristãos mais conservadores, ou me reprimo como as evangélicas mais pudicas.
Ao repousar minha nuca no travesseiro, eu sou uma mulher de cabelo comprido e longas saias, com vontade de tirar a roupa inteira e tomar um banho de chuva, nua como vim ao mundo. Que Deus me perdoe, mas a felicidade transgressora sempre preencheu os corações mais aflitos.
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