mas outra coisa é pensar, e se eu perdê-lo para sempre? nunca mais ter o cheiro dele na minha cama. nem acordar com ele fazendo carinho na minha mão. nunca mais brigar porque levo a discussão até a última barreira da razão. nunca mais cozinhar risoto sem roupas, com ele. nunca mais o cheiro dele depois do sexo. isso me atemorizou de tal forma que uma luva de angústia apertou meu pescoço.
meu amigo disse, é preciso de um tempo até você se enxergar sem ele.
essa frase reverberou em mim como se eu fosse a água mais calma de um copo, que de repente foi atormentada pela água que jorra de uma torneira. estou ainda beirando ondas, lacônico.