sábado, 12 de junho de 2010

Amor e Aço



Dá pra saber como as pessoas são pelo jeito como veem os jeitos. De cada um, e de si mesmas também. E os jeitos do mundo. O mundo tem trejeitos. Na neblina o mundo se faz denso, assim misterioso. E na chuva ele não é triste, ele é só pensante. Tem pessoas que são intimistas demais, outras de menos. No fundo todo mundo é meio hermético: mas é preciso estar perto: é preciso ver de perto. Às vezes é preciso uma lupa. Às vezes não. Às vezes é bom usar as vezes que a gente tem para conhecer os outros.

Sempre é bom usar as vezes para conhecer o mundo. Para não deixar de se conhecer: e pra não se esquecer que

Tem gente que respira poesia
E tem gente que a expira.
A gente faz respiração de amor e ódio
Abraço
Amor e aço

Tem gente que ressalta a tirania dentro da gente
Que gosta de habitar a gente

Tem gente que exalta a compaixão
Aquela que se faz sem se notar.
Essa gente
É a que move o mundo

Não pros lados
Mas pra frente.
Essa é a gente que faz um bem pra gente.

Eu quero que coloque a mão no diafragma
E aperte
Expire a poesia que tem dentro de ti
Largue ela em forma de palavras
Aos que estão ao teu lado
Ao que se quedam calados
E também desprotegidos.

3 comentários:

Ana Luisa Pacheco disse...

Nietszche condena compaixão.

Respirar poesia e expirar também, para jogar ela no ar e deixar outras pessoas inalarem.

Marcelo Mayer disse...

o homem respira
o poeta poema

e vc faz muito bem

Nina Vieira disse...

Sua escrita me fascina Marcel. É simplista e complicada, da mesma forma que leio José Saramago, admiro seus textos.

Acho que a vida é um pouco disso tudo - mas observação, principalmente. Depois, eis a prática.