terça-feira, 20 de setembro de 2011

que não sou herói

Eu que não era herói
Traíra
Deixando para trás os necessitados
Os sem voz, os dissonantes
Nossas marretas não movem nada
Nossas escritas não demovem ninguém
Eu que me amargurava
Não sei de cada um de nós
Que nos compõe
Não sei de mim que compõe o outro
E já me esqueço das sociedades
Das fervuras, excentricidades
O mendigo que manda correr senão me mata
A política e suas ancas fartas
Eu que não sei de nada
Eu que não posso fazer nada
Além de rir.

Eu que não era herói
Vivo das sobras dos vilões das noites negras
Dos roubos, das injustiças
Eu que não tenho capa
Não tenho laços, arcos ou argolas
Eu que não tenho culpa
Que não tenho armas ou super poderes
Só sei criar poesias
Só sei tirar fotografias

E atirá-las desenfreadamente nos gigantes sem Davis.

Nenhum comentário: