quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Hermenêutica que desgraça

assim, eu digo que sim. você, não? para que servem as palavras? eu não sou o que escrevo e temo tanto... tanto que me tomem por um personagem caricato... como se fosse um ser extremamente infeliz e inglório... angustiado até sim, talvez, mas não porque escrevo, e sim porque o sou independentemente das circunstâncias... às vezes me causa calafrios o olhar de quem crê saber o que se passa em minha cabeça apenas porque fiz uns versos mal-feitos... e às vezes me dá vontade de não publicar nada, deixar tudo bem quietinho... só para não me lançarem olhares de quem diz, pobre coitado, está em vias de depressão... basta de conjecturas, bem sei que se escrevo, alguém lê, então ponho-me a risco de interpretações... mas não me tome pelo que não sou... e também não me tome pelo que sou... assim como me exponho ao escrever, também o faço para me esconder... visto que não sou bobo e conheço os poderes dos gritos e silêncios, do dito e do não dito... e de todas as interpretações, a pior é acreditar que me conheces sem ao menos me pagar uma fatia de torta...


Já basta de inconfissões
E frustrações de distintas personalidades
Hoje vou falar de cousa que me fere
O colorido abstrato que se insere 
Entre o certo e o errado 
A desnecessária atenção aos números depois da vírgula
E por que raios 
Queremos dissecar
Todas aquelas rimas bobas e estapafúrdias
Aquele sentimento de sofreguidão 
E angústia


Raiva que dilacera
E crê em Deus como algo que se espera...
Hoje cruzei o corredor da faculdade
E não havia ninguém para ouvir o som dos meus passos...
Uma distinta elementação gritando
Eco, eco, eco
Como a ressoar meus temores internos
O que me lembra daqueles homens de muy prestígio
Que após dores de litígio


Escrevem distintos poemas 
Com requintes de um homem que sabe...

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