tuas palavras que amarram
minha boca aos teus lábios de aço
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
calmaria
Quando desisto é que surges
Cheio de amor e encantamento
E teus gestos se enquadram
Numa moldura de ouro.
Nestas horas eu preciso me acalmar,
E a melhor ação é um chá
De camomila, mel e agrião.
Cheio de amor e encantamento
E teus gestos se enquadram
Numa moldura de ouro.
Nestas horas eu preciso me acalmar,
E a melhor ação é um chá
De camomila, mel e agrião.
uma olhada para o lado
e minha ansiedade resumida em uma mordida no lábio. não sei se digo sim ou não.
sim e não, curto e pesado. duro como um tiro
no meio do peito, que vaza como uma represa.
eu disse que não queria mais nada, ele disse que eu precisava de abraços. eu ri. para não chorar. situação desagradável, parece que uma cobra subiu pelas minhas costas e se adornou do meu peito, passando a pele gelada e nojenta na minha pele de angústia. e como se fosse um robô, meu cérebro entra em pane e desaprendo a hora certa de vestir os corretos sentimentos. fica tudo no automático. exemplo. hoje está frio e chove, vou vestir a camiseta da tristeza e a calça da melancolia. boto um cachecol amarelo para ficar mais alegre. lembrete: comer um pedaço de torta para produzir serotonina. tomar banho quente e escorrer todo o pensamento danoso pelo ralo, para ficar bem longe, no esgoto mais abaixo do meu piso de lágrima.
queria dizer muito, mas não vai.
não sai não sai não sai
sai água de dentro de mim
corpo líquido toma forma
e vira outro que no fim
já é a imagem oposta no espelho
infinito particular e excessivo.
sim e não, curto e pesado. duro como um tiro
no meio do peito, que vaza como uma represa.
eu disse que não queria mais nada, ele disse que eu precisava de abraços. eu ri. para não chorar. situação desagradável, parece que uma cobra subiu pelas minhas costas e se adornou do meu peito, passando a pele gelada e nojenta na minha pele de angústia. e como se fosse um robô, meu cérebro entra em pane e desaprendo a hora certa de vestir os corretos sentimentos. fica tudo no automático. exemplo. hoje está frio e chove, vou vestir a camiseta da tristeza e a calça da melancolia. boto um cachecol amarelo para ficar mais alegre. lembrete: comer um pedaço de torta para produzir serotonina. tomar banho quente e escorrer todo o pensamento danoso pelo ralo, para ficar bem longe, no esgoto mais abaixo do meu piso de lágrima.
queria dizer muito, mas não vai.
não sai não sai não sai
sai água de dentro de mim
corpo líquido toma forma
e vira outro que no fim
já é a imagem oposta no espelho
infinito particular e excessivo.
terça-feira, 27 de maio de 2014
bueno,
Bueno, o vento corta o rosto dela e deixa marcas de remorso. Joana me mandou um e-mail para avaliar um conto seu, apesar de não termos grande intimidade. Respondi que o faria com muito prazer. O texto era fraco, cansativo, e não conversava com nenhum dos meus cinco sentidos. O que me chamou a atenção eram as personagens: uma garota em primeira pessoa pedia conselhos ao leitor sobre como lidar com o namorado que a espancava. Não soube se Joana me pediu ajuda por meio de sua literatura medíocre ou se apenas fazia... literatura medíocre. Eu passava por uma fase ruim da minha vida e não tinha forças nem para fazer dos meus sapatos um par. Respondi o e-mail dizendo que o conto estava ótimo, que ela tinha futuro e que para investir na carreira deveria se aprimorar sempre. Desliguei meu computador e fui tomar banho, levar água quente no pescoço, como uma criança cansada.
domingo, 25 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
le supermarché à lyon
"Mais c'est encore le lendemain, quand en pleine périphérie commerciale de Lyon, on est allés se ravitailler au Giga mega hyper Carrefour lui-même inclu dans un centre commercial sans plus aucune mesure, que j'ai vraiment halluciné. Il y avait évidemment tout les services et tous les produits immaginables, allant des gsm-ipod-agenda-cadre photo intégré au fleurs poussées sous cloches en passant par les city-trip pour gens éteints... Les gens se précipitaient dans une effervescence fébrile et à la fois dans une telle immobilité intérieure !!! C'était effrayant de voir des visages fermés et fades, les yeux hagards, inquiets et frustrés, gros et pales, cherchant desespérément l'article qui pourrait bien les rendre heureux et accomplissant ainsi un rituel qui les épuise encore plus.... flash sur flash : le gsm, le ticket du parking, les clés, le caddie, les wc, le nouveau produit pour effacer les taches, la carte sim, les compléments nutritifs, le code anti-vol, les magazines, l'essence, les nouveaux dvd... c'est trop.
Je voyais ça d'autant plus clairement que moi-même, malgré l'épaisseur de silence et de temps que j'avais emportés avec moi, j'entrais presque naturellement dans cette fièvre de l'avoir et cette sensation qu'il faut consommer pour retrouver le bonheur... L'énergie dans ce genre d'endroit est au plus bas et si on ne prend pas garde, on est tellement sollicité de partout, stimulé dans tous nos sens et manipulé dans notre recherche qu'on sort vidé en moins d'une demi heure... Je n'avais jamais pris conscience de ça à ce point et tout à coup, le contraste était trop évident. Il me semble qu'on est vraiment en train d'aller trop loin et qu'on se fait un mal fou sans meme s'en rendre compte. J'ai voulu graver ça dans ma mémoire pour être à même, le moment venu, de faire les choix nécessaires pour limiter l'impact de ce genre de fourmilière sur ma vie.
Je crois que j'ai compris aussi pourquoi notre époque ne croyait plus en Dieu. Nous n'avons juste plus assez de silence pour laisser s'intaller sa paix."
domingo, 18 de maio de 2014
minha sanidade
Minha sanidade noturna questionada por mosquitos, e o zumbido me leva de volta à adolescência. Eu era um jovem de 14 anos e já escrevia memórias, como um idoso melancólico. O tempo passou, as experiências pesaram ao redor dos meus olhos, e hoje minha psicóloga diz que sou um "jovem velho". Por isso me atraem caras de maior idade, na casa dos vinte e cinco anos. E não tenho paciência para gestos clássicos de gente da minha idade ou mais jovem, a não ser que compensados por uma inteligência e maturidade admiráveis. Nas aulas de yoga, a professora coordenava os movimentos de todos para realizarmos adequadamente a saudação ao sol. Nunca consegui ficar a aula inteira sem analisar meus colegas, porque só assim para saber se eu fazia certo. Parei com a yoga por falta de tempo e hoje meus amigos me alertam: é preciso se focar nos próprios passos e não ser tão disponível às pessoas. Meu pai errava e punha a culpa sempre nos outros, e como consequência me vitimizo em muitas situações. Ao menos tenho consciência disso e busco quebrar o ciclo. No final da aula, a professora cantava em sânscrito, e eu me controlando para não dormir. Acho que o mosquito foi embora, porque o zumbido parou. Amanhã tenho que acordar cedo para trabalhar e entrevistar pessoas que nunca vi e que provavelmente nunca reverei, mas assim é a vida todos os dias. Mas eu sigo a dar importância a pormenores.
terça-feira, 13 de maio de 2014
metamorfose
amanhã eu me despeço de ti
mas hoje as cortinas vão descer
e as janelas fechar
porque no sábado vou me perder
no azul dos teus lençóis
o peixe mais curioso
confuso no oceano
que inunda a última
de nossas profundas lembranças...
mas hoje as cortinas vão descer
e as janelas fechar
porque no sábado vou me perder
no azul dos teus lençóis
o peixe mais curioso
confuso no oceano
que inunda a última
de nossas profundas lembranças...
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