domingo, 30 de maio de 2010

Encare-me como se eu fosse teu espelho

Uma ruga aqui
E a expressão mal-feita.
O tempo e suas marcas

Uma voz dentro de mim. Não sou eu não sou eu não sou eu eu eu eu eu eu gosto de espelhos porque me fazem pensar se com o passar do tempo é o corpo que se molda à alma ou vice-e-versa. Não sei se é a alma que se molda porque dizem que é imutável mas outros dizem que se molda com o passar do tempo. A minha aparência se molda com o dizer da sociedade. Independente da idade. Eu sou uma expressão inacabada.

Encare-me como se eu fosse teu espelho.
De corpo inteiro e transitório.
A refletir o corpo e alma
Atestando o teu complexo.

Os antigos pensavam que o espelho levava a um outro mundo, e estavam certos. O outro mundo sou eu. Demonstrando a inexorabilidade do ser que fica, mesmo que o corpo passe. Tudo passa, até a felicidade se ultrapassa. O espelho fica. O sentido de quem vê se vai embora. Olhar-me é autoavaliação, olhar-me é pura reflexão. Talvez complexa, mas ainda necessária.

(Olhe para mim
assim como te olho.
(Te observo
pra poder te absorver))

6 comentários:

Anna Beatriz disse...

Concordo, o espelho também me faz refletir :)

beijos!

B. disse...

O espelho é o mal que me persegue, em tudo o vejo, e nele vejo em mim mil rostos.

Érica Ferro disse...

Eu vivo absorvendo as coisas e as pessoas.

Ana Luisa Pacheco disse...

Tenho a vaga sensação que vc fez o texto depois de ver a foto.

Anônimo disse...

Pra mim a parte mais dificil de nós mesmos é nos conhecer por completo,
estar diante de um espelho qualquer da vida e não saber reconhecer-nos.

complicações!

Marcel Hartmann disse...

O engraçado foi que a foto veio depois. Encaixou perfeita, né?