Este é o último poema
A ser escrito pelo ser humano
De todos, o último
Emitido pelo cérebro
Não é tão bonito quanto os primeiros
Mas é o último, e isso
Ninguém tira dele (ele,
Que é o último poema a ser escrito).
A humanidade toda
Ovaciona este poema
(E todos choram de tristeza...)
O último poema.
Quando acabares de lê-lo
Não haverá mais nada, exceto
A releitura de poemas.
Então todos irão relê-lo sem parar...
(Este, o último dos poemas)
O planeta todo chora
Achando que é o fim da poesia.
Todos erram, no entanto:
Poesia se renova. Todo o dia
Todos fazem poesia
Nos diminutos atos, ao acordar
No mais cego beijo ao amante
(No beijo do amante mais que cego)
Todos choram com o fim da poesia
Exceto o menino inocente que dança sozinho:
Na pista de dança, o único
A celebrar a alegria. Não chora
Porque ele próprio é poesia
(Não chora porque o tempo é ele).
O menino é renovação
Assim como a poesia: o menino
É o círculo da vida
Que gira e move as águas da razão...
4 comentários:
Lindo.
"A celebrar a alegria. Não chora
Porque ele próprio é poesia"
Lindo.
poesia é arte! arte é vida!
é bem clichê, porém, clichês são truísmos e todos os truísmos são verdadeiros!!
seria então da arte o óbvio ululante que sai nossa verdadeira essencia?
lindo!
"Todos erram, no entanto:
Poesia se renova. Todo o dia"
Poema belo, belíssimo - principalmente as últimas estrofes.
Um beijo!
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