Qual de mim mais confiável
Para revelar os meus segredos
O homem que encara o espelho
Ou aquele a ser encarado?
Uma dúvida cruel e atroz
Levanto-me e assimilo a imagem
Sou tímido, porém encaro-a como se ela fosse eu
Mesmo que de fato não seja
A mim não me importam os meros detalhes
E posto que não me queira ver em reflexo
Ele insiste em assombrar meu dia
Como se a vida fosse uma dança qualquer
Em que fantasmas transparentes
Sangrassem como uma mulher
E acidentalmente eu encarasse
Duas personas numa vista
Um lado Simone libertário
Outro sartriano e imediatista
Toda a minha vida está nas minhas mãos
Mas que cruel e tão injusto!
Qual escolho como rival?
O que ri para o reflexo
Ou o que zomba do real?
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