terça-feira, 5 de março de 2013

passagem

me pego em vias artérias, caminhos principais sem saber para onde ir, olhar, parar ou respirar. me pego sentado em uma sacada de sol, encarando montanhas de gelo, pessoas com sóbrias vestes, bicicletas em caminhos de ferro, velhinhos sem rumo e a neve sem saber aonde vai. 

- alguém sabe qual é meu trem? sei que passa daqui a pouco. 

entrar no vagão certo, sentar e descansar.


reinventar-se, criar novos sentidos, 

(desfazer os velhos) 
cuidar do meu nome e esquecer o sobrenome.

me deram o novelo e agora me cabe
desfazer todos os nós, endireitar os fios
costurar novas ideias
em vestes à prova de lagrimas,
peças que me aqueçam onde eu estiver
onde eu me fizer, onde eu me pegar
sem ar e estarrecido

contando as vezes em que fui
um desespero em uma esquina qualquer...