domingo, 12 de junho de 2011

Segunda receita para extrair poema


A alma precisa esta acalmada
Mesmo que haja certo estado de inquietação
Porque claro que o poeta quer revolução
Porém nada muito exagerado a acabar
Poetas necessitam estar de acordo com seu tempo
Caso contrário correm o risco de não serem ouvidos
Admitamos!
É de uma tristeza palavras sendo dissolvidas
Como se não houvesse uma escuta do outro lado da linha
E as tigresas estivessem todas quebrando a nossa louça

Por falar em prataria
É preciso lavar os pratos sujos
Senão o poema sai engordurado
Uma palavra banhosa tem o sentido todo melecado
E este tem que estar límpido
Porém com o jogo de palavras pode haver o pensamento dúbio
A dúvida é o melhor estado da palavra
Que polida é sempre cálida
Palavras podem andar de mãos dadas com fantasmas
Cujos panos podem ser claros ou estampados
Desde que haja certos tique de levitação

O poema tem que voar
A palavra não pode minguar
Ela precisa estar na boca do poeta
Precisa ficar e chorar na nossa mão

O poeta precisa saber agradar
E amolecer o estado da palavra
Tanta água não deve vazar o sentido
Sob risco de estragar o signo

É preciso correr o risco de se abrir enchentes
Ao fazer poema
Represas geralmente são fortes
Mas um dia podem vazar e, na sua comoção,
Causar grandes estragos na cidade.

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