segunda-feira, 3 de outubro de 2016

então eu desabafei com meu amigo! disse que doía muito me pensar no futuro sem meu ex. uma coisa é dizer, preciso ficar sozinho agora e me descobrir sozinho nesta cidade grande que me faz morrer de medo de ficar. sozinho. quero ficar, sim, sozinho, num tempo curto médio espaço de tempo. 

mas outra coisa é pensar, e se eu perdê-lo para sempre? nunca mais ter o cheiro dele na minha cama. nem acordar com ele fazendo carinho na minha mão. nunca mais brigar porque levo a discussão até a última barreira da razão. nunca mais cozinhar risoto sem roupas, com ele. nunca mais o cheiro dele depois do sexo. isso me atemorizou de tal forma que uma luva de angústia apertou meu pescoço. 

meu amigo disse, é preciso de um tempo até você se enxergar sem ele. 

essa frase reverberou em mim como se eu fosse a água mais calma de um copo, que de repente foi atormentada pela água que jorra de uma torneira. estou ainda beirando ondas, lacônico.