segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

às dezessete horas

e eu vejo tanta gente que um dia vou esquecer o rosto, o rosto e os olhos e a boca que são tão importantes... e um dia vou esquecer seus nomes - mais tarde o meu -, para no fim da minha era não ter ninguém a chamar nos momentos de tortura...

*


eu entendo uma parte tua, mas a outra que não consigo me enlouquece.

*

meu amor, você corre atrás de algo que nunca vai alcançar, e depois no fim vai chorar chorar, porque de burro e inteligente todos temos um pouco, e eu digo isso para ressaltar que você está em um mar de burrice, meu deus, quanta burrice, numa corrida cuja linha de chegada está na sua própria cabeça, isso mesmo, na sua própria cabeça. 

*
olá, gabriel, como vai?
de mesmo assim não vai

*

espera meu convite de volta, 
mas eu digo apenas tchau e fecho a porta

*
esta sucessão de fatos minúcia

traz ligeiros de angústia
formigas tomando meu corpo
me deixando todo louco todo torto de loucura
à procura de saquinhos de chá
será que outras bocas os tomaram?
e andaram no meu quarto
sentaram-se na cama
e como de um bule de chá
beberam até a última gota
de um homem de vontades, de vontades de voar
um homem que após severos goles
temperaturas negativas
e incontáveis xícaras
encontrou-se prostrado em medidas
gírias incompreendidas
e cacos quebrados 

em linhas de fúria, muita fúria
no tapete da minha casa

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