sábado, 12 de maio de 2012

"Quero escrever por ter um ímpeto de me destacar num meio de traduzir e expressar a vida. Não consigo me satisfazer com a tarefa colossal de simplesmente viver. Ah, não, preciso organizar a vida em sonetos e sextinas e produzir um reflexo verbal para os 60-watts de minha cabeça iluminada. O amor é uma ilusão, mas poderia aceitá-lo de bom grado se pudesse acreditar nele. Agora tudo me parece distante e frio e triste, como um pedaço de xisto no fundo da grota - ou próximo e quente e impensado, como o corniso rosado. Meu Deus, faça-me pensar com clareza e lucidez; faça com que um dia eu entenda quem sou e por que aceito quatro anos de casa, comida, exames e trabalhos escolares sem questioná-los mais do que eu faço. Sinto-me cansada, banal, e agora me torno monossilábica e também tautológica."


Os Diários de Sylvia Plath, 14 de maio de 1953

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