domingo, 18 de maio de 2014

minha sanidade

Minha sanidade noturna questionada por mosquitos, e o zumbido me leva de volta à adolescência. Eu era um jovem de 14 anos e já escrevia memórias, como um idoso melancólico. O tempo passou, as experiências pesaram ao redor dos meus olhos, e hoje minha psicóloga diz que sou um "jovem velho". Por isso me atraem caras de maior idade, na casa dos vinte e cinco anos. E não tenho paciência para gestos clássicos de gente da minha idade ou mais jovem, a não ser que compensados por uma inteligência e maturidade admiráveis. Nas aulas de yoga, a professora coordenava os movimentos de todos para realizarmos adequadamente a saudação ao sol. Nunca consegui ficar a aula inteira sem analisar meus colegas, porque só assim para saber se eu fazia certo. Parei com a yoga por falta de tempo e hoje meus amigos me alertam: é preciso se focar nos próprios passos e não ser tão disponível às pessoas. Meu pai errava e punha a culpa sempre nos outros, e como consequência me vitimizo em muitas situações. Ao menos tenho consciência disso e busco quebrar o ciclo. No final da aula, a professora cantava em sânscrito, e eu me controlando para não dormir. Acho que o mosquito foi embora, porque o zumbido parou. Amanhã tenho que acordar cedo para trabalhar e entrevistar pessoas que nunca vi e que provavelmente nunca reverei, mas assim é a vida todos os dias. Mas eu sigo a dar importância a pormenores.  

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