domingo, 14 de março de 2010

Jardineiro Fiel



Acho que já posso dizer que sou um universitário. Acabei de fazer 17 anos e entrei num clima que nem sei se compreendo - e talvez esse seja meu maior problema, porque tento compreender coisas que não pedem para ser compreendidas - e crio problemas que não existem, pelo simples fato de pensar demais sobre as coisas - e nesse erro, tento achar soluções para esses problemas que não existem - e não acho - e fico triste e com sensações de vazios por não ter as respostas para perguntas que não precisavam ser feitas. Mas não acho que eu seja complicado, mesmo que minha meus pais digam ("desde pequeno tu era meio diferente").  Eles dizem que desde pequeno eu fazia muitas perguntas, era muito curioso: "Pensando bem, Jornalismo é para ti, a tua cara" (mas se eu quisesse fazer Dança, eu teria cara disso? E se quisesse fazer Análise de Políticas e Sistemas de Saúde?). Acho que estou prestes a me encontrar no meu caminho, nos meus


trilhos de trem?
Crio crio e não retiro:
vou num vai-e-vem que não percebo,
nessas escolhas que se faz
e não se vê.

Eu me vejo,
mais que vez em quando

- ao estar sozinho,
sentado no ônibus.
Parado e pensando
nessa vida provisória que possuo,
nas escolhas que marco e não recuo.

Ando caminhando por gramas novas,
plantando o não-plantado.
Se pequei? Hoje não sei.
Mas me comunico, mesmo calado.

Estes que me compreendem,
é que aprecio.
Porquê, para eles, não falo nada:

mas transmito tudo



*Feliz Dia Nacional da Poesia

7 comentários:

Charles Bravowood disse...

Parece que foi ontem que isso me ocorreu. Universitário assim que completei 17 anos, um susto, uma curiosa sensação de medo, mas passou, me vieram tão bons momentos, tão maus também, mais bons que maus..recordando.

Bem, espero que tudo esteja lhe ocorrendo bem jovem Marcel, e gostei do nome "Minha Polairode", único sabe. Então, abraços,

Charlie B.

Charles Bravowood disse...

Ah obrigado. Aquele texto estava perfurando meu cérebro, louco pra sair, então cedi e escrevi. Vi que você lê o "Dezessete e poucos anos", é uma pena que Natália esteja sem o seu computador, amo os textos dela, saudade.

Acho que vou dar uma olhadinha pelo teu blog, e ler aqui e ali. Abraços,

Charlie B.

Marcelo Mayer disse...

agora que a vida começa a perder a graça.

Ana Luisa Pacheco disse...

Se serve de consolo, eu já estou no segundo ano da faculdade, não me achei.
E acho que nunca me acharei!
eu também entrei com 17, tão imatura, com tanta sede de coisas novas, ai virei homossexual, drogada e hoje vivo na rua, mesmo sendo uma intelectual HAHAHAHAHAHAHAHAH BRINKS
A gente tem que aprender algo todos os dias, e aprender que se deve aprender é a maior das vantagens;
e as poesias merecem ser escritas pelas pessoas, com o "eu" do momento.
beeijo.

Anônimo disse...

legal
de texto caindo pra poesia.

muito legal

*---*

Marcel Hartmann disse...

Eu gosto de anônimos, passem mais vezes aqui.

Anônimo disse...

passaremos