terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sofridão [2]

Fatídica e obviamente, escolhes que queres ele ao teu lado, para todo o sempre que quiseres lembrar. Então vocês se unem e têm uma história feliz: ele tem um bom hálito de manhã cedo, e tu fazes uma torrada e uma xícara de café-com-leite; ele te leva ao cinema uma comédia romântica que te faz feliz: ficas feliz porque te projetas para dentro da película e vês que vocês dois são retratados ali, com a exceção de que não são tão famosos. Um belo dia discutem, pode ser uma coisa idiota, pois pouco importa, deviam discutir. Os ânimos exaltam-se, ele fica quieto e tu bradas palavras que ricocheteam voltam para ti como um bumerangue. Esse bumerangue volta nas tuas pernas, e uma vontade de deitar se apodera de ti. Deitas e quando acordas, vês o bilhete na cabeceira que diz, esse é um amor que provou da dor só pra se divertir. Fazem as pazes e

Vês que já decidiste e já enverdaste por um caminho que não tem volta, um caminho que trilhas ao lado deste alguém que já faz parte de ti, este alguém ontem ninguém amanhã lhe tem

(viste que em certos momentos fazes comédia romântica outrora um drama bem irreal - para depois tentar atuar em blockbuster que aspira ao sucesso (gasta milhões) para ganhar milhões e não dar nada a ninguém. Nem tudo o que se dá se ganha e agora sabes uma frustrada dona de casa com filhos pra criar e ao que parece qualquer escolha te trará sofridão - mas de que adianta saber disto agora já que estás num poço que não tem mais fim)

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Isso é meio que um conto, sei lá, eu tô colocando por partes porque me deu vontade. Tá meio estranho, eu sei, mas comecei a escrever e o texto saiu desse jeito mesmo. Todos os erros de português são de propósito, eles também são a alma do texto.

3 comentários:

MED MUCHSTTER disse...

Uau, não consegui tirar os olhos do conto. Quem dera algumas discussões terminassem assim: com um bilhete sorridente no dia seguinte. AMEI, de verdade. Beijinhos MM.

Jubi disse...

ele tem bom hálito de manhã cedo? sortuda essa moça.

Natália Corrêa disse...

Não há amor sem sofridão, embora haja sofridão mesmo sem amor. Eu prefiro uma sofridão com amor a uma sofridão sem ele. O poço não tem fim de qualquer jeito...

(eu gostei muito das duas partes desse conto!)