segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

escultura

a ansiedade interfere na rotina e esculpe marcas de feiura.

"The most exciting, challenging and significant relationship of all is the one you have with yourself".

(is the one I have with myself.)

o pássaro que voa parece mais importante do que os dois na minha mão. e os florais que me indicaram têm até algum efeito, talvez por eu já colocar as duas gotas debaixo da língua. durante o banho no chuveiro, repito que aquilo que já foi, já foi. e o que virá está fora de controle, tal qual os ponteiros do relógio. não se controla. constata-se. sob a pressão de uma situação complicada, é difícil compreender que somos limitados, que determinadas coisas estão fora do nosso controle.

(amadurecer, esse difícil processo de aceitação de que temos limites, de que não faremos tudo aquilo que desejamos, de que sofreremos mais do que gostaríamos e de que desconhecemos o tamanho das cicatrizes até o momento de nos machucarmos.)

como inquieta não saber do resultado de amanhã... e parece que projetar cenários é uma tarefa nobilíssima, mesmo que o preço seja um amargo gosto que não leve a lugar algum. "deus, se isto acontecer, como lidar com aquilo que virá como consequência?". e assim arquiteto ambientes como fosse um diretor de cena. a tarefa do teatro requer um custo altíssimo de energia! e isso é uma sanguessuga no meu corpo, ao ponto de que me torno fraco para o que vivo hoje. 

assim como um arquétipo, e com uma pitada de afobação, quero respostas para minha saúde, minha profissão, meu amor, minha vida minha vida minha vida. pareço um personagem egocêntrico de uma série televisiva caricata. salvo que, na vida real, os dramas não mexem tanto conosco, porque as coisas passam tão rápido, que não há tempo para dramatizar. o peso do real em si já é terrível. e a ânsia de respostas é um fogo que não para nunca de arder. minha mãe é poética e diz que é fome de conhecimento. mas às vezes me parece ingenuidade no mundo. 

como se fosse Macabéa, eu, uma pobre ignorante. datilografando tudo errado e comendo goiabada com queijo, sonhando com uma barra de chocolate e com o cinema no final do mês - alívios que, enfim, irão me sossegar...

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