terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

sobre prazeres imediatos

é que eu preciso ser ao menos um pouco egoísta no dia a dia para me manter vivo em meio à efemeridade do mundo. isto é, se eu não tiver como um dos meus objetivos diários a satisfação em nível pessoal, por que vou acordar amanhã cedo? um dia vou morrer de qualquer forma, e de mim não vão restar mais do que as cinzas...

mesmo que meu primordial objetivo se resuma a ajudar os outros, a humanidade, também preciso dos pequenos deleites que dizem respeito somente a mim. a vida, essa palavra que resume um processo complicadíssimo para quem é jovem e simples para quem é velho, se torna deveras difícil se eu não viver os prazeres da carne, da comida, da realização profissional e amorosa (coloco amorosa em último lugar, e isso diz algo sobre mim). 

se eu não tiver minha felicidade egoísta, mesquinha e miserável, meu foco se perde em qualquer esquina. e por isso hoje como a torta de bombom com minha amiga após o Subway no almoço, e por isso pretendo comprar duas camisas novas para ir trabalhar mais arrumado, e no final de semana planejo uma surpresa para a minha paixão, e quero me formar em algum tempo e arranjar um emprego decente, e ser reconhecido por ele, e ganhar dinheiro para que tenha o meu apartamento e faça as minhas viagens, sem depender de ninguém. são meus desejos, e eu os quero satisfeitos. 

amanhã vou tomar dois drinques, um de morango e outro de maracujá, e depois vou me sentir mais leve, vou me sentir mais leve.